FILME - O MISTÉRIO DAS DUAS IRMÃS (2009)
- stefany mota
- 4 de abr. de 2017
- 5 min de leitura
Começo o post de hoje com um dos meus filmes preferidos seguindo a ideia do plot twist e da trama girar em torno de temas psicológicos. Lembrando que é um Thriller piscológico e um suspense piscicótico que vale a pena ser visto.Para quem ainda não viu o filme, advirto que meu comentário hoje não se apóia em um spoiler ( PODEM FICAR TRANQUILOS ), Muitas pessoas não sabem, mas O Mistério das Duas Irmãs é a refilmagem de um filme coreano que, recebeu o título de Medo (A Tale of Two Sisters, crítica em breve no blog). Agora, o curioso, é que a refilmagem tem um título oficial diferente do original, que é A Tale of Two Sisters, mas sua tradução é praticamente igual (traduzindo literalmente, ficaria O Conto de Duas Irmãs). Já o título original desta refilmagem é The Uninvited, que significa algo como O Não-Convidado. Bem, esclarecido esta pequena curiosidade e troca dos títulos... Um dos pontos fortes do original é o final, que apesar de confuso e dividir opiniões até hoje, é uma boa reviravolta. Portanto, dá pra perceber que tanto aqueles que esperavam pelo filme em 2009, estávam meio preocupados com o final na adaptação. Eu não assistir em 2009 Mas posso dizer que me surpreendi com o jeito que o filme foi levado.

SINOPSE: O filme conta a história de Anna que após a morte de sua mãe em um incêndio tentou o suicídio, e foi parar em uma clínica onde ficou por 10 meses e mesmo assim Anna não consegue se lembrar o que aconteceu na noite do incêndio. O Dr. Silberling resolve lhe dar alta e seu pai a leva para casa, ela é recebida por sua irmã Alex e por sua madrasta Rachel Summers que foi enfermeira de sua mãe e agora é namorada de seu pai, após voltar para sua casa Anna passa a ser assombrada por fantasmas que a fazem acreditar que Rachel matou sua mãe.
O Mistério das Duas Irmãs, dirigido por Charles e Thomas Guard, é o tipo de filme que vale a pena ver pelo menos duas vezes; a primeira pelo prazer da história, a segunda para vê como tudo é conduzido seguindo uma lógica própria. Acredito que um filme seja um universo fechado em si próprio. As regras que ele cria, desde o primeiro fotograma até a cena final, vale somente para a duração do filme, e é por meio desse conjunto de parâmetros que devemos julgar o desenrolar de uma trama. Nesse sentido, considero O Mistério das Duas Irmãs suficientemente honesto com aquilo que ele propõe. As atitudes dos personagens, a maneira como interagem e as decisões que tomam seguem uma lógica determinada pelo ponto de vista adotado na narrativa. Uma das coisas que me atraíram a assistir este filme, foram os rostos conhecidos. Em destaque, temos Emily Browning (Sucker Punch - Mundo Surreal e Desventuras em Série), Arielle Kebbel (Dominador de Corpos) e Elizabeth Banks (Seres Rastejantes). Como eu já esperava, nenhuma delas faz feio. Temos boas atuações para uma história interessante e charmosa, que pede isso ainda mais do que as outras do mesmo estilo. Temos alguns momentos cruciais do roteiro, onde a atuação deve ser boa para poder passar ao espectador aquilo que o roteiro quer. Em geral, a maior carga ficou para cima da Browning, que também é uma das minhas atrizes favoritas e já mostrou que está mais do que capacitada para levar um filme nas costas (o que não é o caso aqui, só para constar). Gosto muito quando um filme nos convence de que os personagens estão agindo da maneira que julgam ser a mais correta, para depois nos mostrar como estamos equivocados. Acho genial, por exemplo, a reviravolta final de O Chamado, quando Rachel (Naomi Watts) liberta o espírito de Samara, acreditando estar fazendo a coisa certa - quando, na verdade, está permitindo que o fantasma da menina cometa ainda mais malvadezas.Não espere por violência gráfica ou muitas mortes, porque quase não existe.

O ponto alto mesmo são as assombrações, que atormentam a protagonista e mostram à ela, a verdade que se esconde por trás da mentira. Achei um ótimo filme de suspense. O roteiro consegue fechar as pontas de maneira eficiente e o diretor consegue nos fazer entender tudo perfeitamente, diferente do original, onde, há boatos, que tudo fica muito confuso. E no filme podemos ver como a linha entre realidade e fantasia pode ser muito fina. A mixagem de som se mantém ao normal, não há nenhum som exagerado, coisa comum em filmes de suspense de baixo orçamento. A forma como a personagem de Emily Browning evolui é interessante, tentando ela se convencer cada vez mais de que não está enlouquecendo, e temendo voltar para o hospício. O carisma da atriz ajuda para que o público sinta pena da pobre Anna. O final é absolutamente retorcido, faz com que o espectador revisite vários acontecimentos do longa procurando entender o que houve, e então tudo é explicado. De fato, será uma surpresa para todos que assistirem o filme. Durante as cenas diurnas, o filme se mostra bastante brilhante(sem perder o clima), mas em cenas noturnas, temos uma ambientação muito mais obscura. Há pouquíssimas locações, aparecem apenas o hospício, a casa de Anna(onde a maior parte do filme se passa), a delegacia e o mercado, e estas são bem utilizadas. Afinal, o filme não precisa sair muito da casa de sua protagonista para se desenvolver. Não há cores específicas destacadas, o que ajuda bastante no tom sombrio do longa. Provavelmente, o maior defeito do filme é sua duração. Com apenas 87 minutos de duração, o filme não parece ser totalmente explicado e sua conclusão, apesar de intensa, acaba ficando um pouco apressada. E pra ir encerrando,sugiro um outro excelente filme sobre o intrigante tema de esquizofrenia '' Goodnight Mommy (2014) '' filme austríaco independente de 2014, que desde seu lançamento vem rodando o mundo em festivais e, até mesmo, arrebatando alguns prêmios, como o de melhor roteiro no Fantaspoa desse ano. A obra é a primeira empreitada do gênero de Severin Fiala e Veronika Franz, que o escreveram e dirigiram juntos. ( em breve critica sobre esse filme). Se você gosta de mistério, suspense e um pouco de terror recomendo esse filme. Engraçado que ele é um daqueles filmes que não importa quantas vezes eu assista, nunca vou me cansar. Pelo contrário, sempre acabo descobrindo uma coisa nova que passou despercebida antes.
só um dica : Esse filme tem na Netflix. ;)
"Tudo isso levará a um final tão espantoso que fará arrepiar a espinha!" - Pete Hammond, hollywood.com
Ficha Técnica:
Gênero: Terror
Direção: Charles Guard, Thomas Guard
Roteiro: Carlo Bernard, Craig Rosenberg, Doug Miro
Elenco: Arielle Kebbel, David Strathairn, Dean Paul Gibson, Don S. Davis, Elizabeth Banks, Emily Browning, Jesse Moss, Kevin McNulty, Maya Massar
Produção: Laurie MacDonald, Roy Lee, Walter F. Parkes
Fotografia: Dan Landin
Trilha Sonora: Christopher Young
Ano: 2009
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